Unidade de medida: o minuto.
Oficina de observação, composição, escrita.

Unidade de medida: o metro. Um metro quadrado. Outra unidade de
medida: o minuto. Um minuto quadrado. Depois, como um arqueólogo, escavar. Não
em profundidade, para baixo, no sentido do centro da terra. Mas em
profundidade, para qualquer lado, no sentido das extremidades do audível.
Escavar o minuto quadrado com uma outra pá: o ouvido atento a extrair
vestígios. Selecionar, agrupar e reconstituir fragmentos. Por fim, devolver ao
minuto o que sempre ali esteve: uma anedota, uma história de suspense, uma charada,
um conto, um relato de futebol, uma notícia, um manual de instruções, um guião
para teatro, um mantra, um pensamento filosófico, uma bula farmacêutica…
A partir de uma matéria específica e limitada – um minuto –, esta oficina procurou instalar um laboratório do tempo, onde se testaram as possibilidades de transformação dessa matéria concreta, a partir da observação, leitura, composição, escrita, edição e elocução. Enquanto fragmento temporal, extraído de um dia e dilatado através dos dias da oficina, este minuto passou a ser domínio do colectivo. Entendemos este laboratório por analogia ao trabalho de um arqueólogo, que aponta para um espaço restrito na expectativa de nele encontrar algo de revelador, e o começa a escavar, sabendo que nele encontrará matérias previsíveis (terra, de diferentes cores e compostos, conchas, fósseis, detritos urbanos mais ou menos reconhecíveis/identificáveis) e, também, improváveis. Ocupámo-nos assim do tempo, como o arqueólogo se ocupa do espaço.
A partir de uma matéria específica e limitada – um minuto –, esta oficina procurou instalar um laboratório do tempo, onde se testaram as possibilidades de transformação dessa matéria concreta, a partir da observação, leitura, composição, escrita, edição e elocução. Enquanto fragmento temporal, extraído de um dia e dilatado através dos dias da oficina, este minuto passou a ser domínio do colectivo. Entendemos este laboratório por analogia ao trabalho de um arqueólogo, que aponta para um espaço restrito na expectativa de nele encontrar algo de revelador, e o começa a escavar, sabendo que nele encontrará matérias previsíveis (terra, de diferentes cores e compostos, conchas, fósseis, detritos urbanos mais ou menos reconhecíveis/identificáveis) e, também, improváveis. Ocupámo-nos assim do tempo, como o arqueólogo se ocupa do espaço.
Workshop, Maat,
11/07, 18/07 e 05/09/2020. C/ Rui Almeida Paiva e Crista Alfaiate. No âmbito do programa Modo Diários/maat-mode 2020, coordenado por Nuno
Ferreira de Carvalho.















