“Um rectângulo formado a partir de...”* — Guia possível para uma visita guiada à exposição Honey, I rearranged the collection… by artist, Cartazes da Coleção Lempert
«Quando
vejo um cartaz e quero ler o seu conteúdo, é porque é um bom cartaz.»
Lawrence Weiner (1989), “A Poster Is the Writing on the Wall: Discussion at the Ecole supéieure d’art visuel in Geneva”.
Para Lawrence Weiner, o primeiro impulso para parar a marcha e consultar ou contemplar um cartaz resulta do apelo que emana dos seus sinais textuais. Como mote para o desenho de uma visita guiada em torno da exposição Honey, I rearranged the collection… by artist comecei então a ler qualquer indício textual dos cartazes expostos. Inevitavelmente, como em qualquer processo editorial, esta opção levou-me:
— à exclusão de cartazes onde a expressão visual era preponderante ou cujos signos textuais são meramente informativos;
— a concentrar-me em artistas cuja relação com a escrita ou a literatura é mais evidente;
— a centrar-me na dialética persuasão/contemplação, inerente a qualquer cartaz: à persuasão segue-se a contemplação ou a leitura;
— em alguns casos, a concentrar-me em cartazes disfuncionais, i.e. onde a disfuncionalidade inerente ao excesso de texto se transforma em vantagem, em factor de apelo.
A selecção dos cartazes para esta visita aconteceu então como quem sublinha um grande texto (neste caso, os expressivos metros quadrados de galeria expositiva).
Este leit-motif levou-me, naturalmente, a descurar a narrativa histórica. Preferi uma perspectiva a-histórica ou pan-histórica, mais centrada nos discursos que nos contextos, assumindo que os argumentos instáveis ou questionáveis que daqui decorrem podem ser a energia para continuarmos a marcha pelas infindáveis salas da exposição.
Lawrence Weiner (1989), “A Poster Is the Writing on the Wall: Discussion at the Ecole supéieure d’art visuel in Geneva”.
Para Lawrence Weiner, o primeiro impulso para parar a marcha e consultar ou contemplar um cartaz resulta do apelo que emana dos seus sinais textuais. Como mote para o desenho de uma visita guiada em torno da exposição Honey, I rearranged the collection… by artist comecei então a ler qualquer indício textual dos cartazes expostos. Inevitavelmente, como em qualquer processo editorial, esta opção levou-me:
— à exclusão de cartazes onde a expressão visual era preponderante ou cujos signos textuais são meramente informativos;
— a concentrar-me em artistas cuja relação com a escrita ou a literatura é mais evidente;
— a centrar-me na dialética persuasão/contemplação, inerente a qualquer cartaz: à persuasão segue-se a contemplação ou a leitura;
— em alguns casos, a concentrar-me em cartazes disfuncionais, i.e. onde a disfuncionalidade inerente ao excesso de texto se transforma em vantagem, em factor de apelo.
A selecção dos cartazes para esta visita aconteceu então como quem sublinha um grande texto (neste caso, os expressivos metros quadrados de galeria expositiva).
Este leit-motif levou-me, naturalmente, a descurar a narrativa histórica. Preferi uma perspectiva a-histórica ou pan-histórica, mais centrada nos discursos que nos contextos, assumindo que os argumentos instáveis ou questionáveis que daqui decorrem podem ser a energia para continuarmos a marcha pelas infindáveis salas da exposição.
Visita guiada
e guião a Honney I rearranged the collection by... artists — Cartazes
da Coleção Lempert (capítulo 1/1ª parte), a convite do curador Miguel
Wandschneider. Culturgest, Lisboa. 22/11/2014.
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Título apropriado do cartaz Ein Rechteck, gebildet aus… (1972), de Lawrence Weiner e primeiro cartaz da primeira sala da exposição inteiramente dedicada ao artista.
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Título apropriado do cartaz Ein Rechteck, gebildet aus… (1972), de Lawrence Weiner e primeiro cartaz da primeira sala da exposição inteiramente dedicada ao artista.