Sala Polivalente



Sala Polivalente é um teste piloto para uma publicação em contínuo. É um espaço habitado momento a momento, momentaneamente. Se num primeiro momento, o espaço aparenta ser meramente expositivo, na realidade é uma grelha para outros eventos — um sistema de notação para acções contínuas. A uma instalação numa galeria de arte sobrepõem-se uma Sala de Leitura, uma Mesa Redonda, uma Oficina e uma Sala de Aula.

Sala Polivalente é um contraponto à especialização funcional artística, pedagógica ou disciplinar. Prepara mudanças funcionais e apresenta códigos de conduta específicos para cada momento. Cada um desses momentos é descodificado pela acção e habitação do lugar e só assim adquire sentido.

Sala Polivalente é, então, uma analogia ao que a educação e a poderia ser — acção colectiva desenhada como plano de neutralização de forças tensionais (aprender/ensinar, professor/aluno, avaliar/ser avaliado). Se o problema simplesmente se resumir à produção e distribuição de conhecimento, então este espaço é somente um lugar para a sua escrita — admite várias respostas, mas acima de tudo a possibilidade do erro. Instaura a dúvida em vez do dogma, dá lugar ao improviso e ao imprevisto.

Instalação a quatro tempos: Sala de leitura (12/02), Mesa redonda (26/02), Oficina (05/03) e Sala de aula (21/03); 22/01-12/03/2011, Galeria Vera Cortês, Lisboa. Com Marco Balesteros.

No âmbito da exposição Que sais-je?, com curadoria de Ricardo Nicolau. Exposição colectiva com: Braço de Ferro, Isabel Carvalho, Jonathas de Andrade, Paloma Polo, Pierre Leguillon, Ricardo Valentim, Sofia Gonçalves & Marcos Balesteros, Von Calhau! Convidada especial: Ana Jotta.

Cartaz/publicação: impressão offset frente e serigrafia verso, 500 exemplares. Instalação: materiais diversos.

© fotografias Sala de Aula: Bruno Simão.