It takes several minutes
for the eyes to adjust to the dark:
Realidade e Design e Ficção.
Conta-se que o escritor Vladimir
Nabokov disse uma vez que a palavra «realidade», sem aspas, não tinha qualquer
sentido. «A realidade é o ponto de coincidência de ficções diferentes. E se
eliminarmos essas ficções fenomenologicamente, como camadas de uma cebola,
restaria aquilo que resta na cebola: nada», escreve Vilém Flusser em clara
concordância.
Numa era pós-digital, realidade e ficção diluem-se. Esta indefinição não tem apenas finalidades criativas, artísticas ou lúdicas, mas é muitas vezes instrumentalizada por estruturas mais oficiais ou mais informais de poder, desconstruindo valores como a democracia, a identidade individual e colectiva, a ética, entre outros fundamentos da nossa sociedade.
Antes da sua actual e «desejável» crise de identidade, o design sempre trabalhou com e para o real. Os objectos produzidos pertencem, circulam e (re)constroem a realidade. A efemeridade da maior parte dos artefactos de design de comunicação também contribui para esta ideia de uma disciplina que «serve» o presente. Em suma, o choque inevitável com a realidade define o estatuto social do design. Se design e realidade é um (falso) truísmo, design e ficção será talvez uma hipótese improvável. Perante práticas históricas ou legitimadas – como a literatura e o cinema – o design reclama agora o seu lugar na ficção.
No culminar de um ciclo de estudos em design de comunicação, abordaram-se os dilemas, as contradições e os temas «na ordem do dia» da contemporaneidade. Os projectos ora comentaram, criticaram e ensaiaram a realidade, ora a transformaram em ficção. Aproximámo-nos do cinema, da literatura, dos mitos, mas também dos factos e de uma realidade que teima em sucessivamente apresentar-se, surpreender-nos e desconstruir-se perante o nosso olhar.
Numa era pós-digital, realidade e ficção diluem-se. Esta indefinição não tem apenas finalidades criativas, artísticas ou lúdicas, mas é muitas vezes instrumentalizada por estruturas mais oficiais ou mais informais de poder, desconstruindo valores como a democracia, a identidade individual e colectiva, a ética, entre outros fundamentos da nossa sociedade.
Antes da sua actual e «desejável» crise de identidade, o design sempre trabalhou com e para o real. Os objectos produzidos pertencem, circulam e (re)constroem a realidade. A efemeridade da maior parte dos artefactos de design de comunicação também contribui para esta ideia de uma disciplina que «serve» o presente. Em suma, o choque inevitável com a realidade define o estatuto social do design. Se design e realidade é um (falso) truísmo, design e ficção será talvez uma hipótese improvável. Perante práticas históricas ou legitimadas – como a literatura e o cinema – o design reclama agora o seu lugar na ficção.
No culminar de um ciclo de estudos em design de comunicação, abordaram-se os dilemas, as contradições e os temas «na ordem do dia» da contemporaneidade. Os projectos ora comentaram, criticaram e ensaiaram a realidade, ora a transformaram em ficção. Aproximámo-nos do cinema, da literatura, dos mitos, mas também dos factos e de uma realidade que teima em sucessivamente apresentar-se, surpreender-nos e desconstruir-se perante o nosso olhar.
Coordenação do projecto, curadoria e
edição de exposição, publicação e website (2019). C/ António Nicolas.
No âmbito da Mostra de alunos finalistas da licenciatura em Design de Comunicação 2018/19, Faculdade de Belas-Artes da ULisboa.
Projecto de comunicação, exposição, publicação, website e programação cultural, desenvolvidos pelos alunos Afonso Matos, Beatriz Pinta, Diogo Lourenço, Inês Pinheiro, Nádia Alexandre, Vitor Serra. Imagem menu e 1.ª imagem página: colectivo It takes several...
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No âmbito da Mostra de alunos finalistas da licenciatura em Design de Comunicação 2018/19, Faculdade de Belas-Artes da ULisboa.
Projecto de comunicação, exposição, publicação, website e programação cultural, desenvolvidos pelos alunos Afonso Matos, Beatriz Pinta, Diogo Lourenço, Inês Pinheiro, Nádia Alexandre, Vitor Serra. Imagem menu e 1.ª imagem página: colectivo It takes several...
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